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O Diretor de Canais e Negócios e também um dos fundadores da Escriba Informática, Joelson Sell em sua coluna “Ponto de Vista” na edição Nº 183 do Jornal do Notário apresentou uma reflexão sobre Inteligência Artificial em cartórios. No texto, Joelson apresenta como o mercado vem se modificando e se adaptando a essas novas tecnologias.

Leia a seguir o texto completo:

 

A possibilidade do ser humano ser substituído por máquinas, com funções intelectuais e sociais semelhantes, movimenta o imaginário popular há muitas décadas. O assunto já foi tema de livros, como “Androides sonham com ovelhas elétricas” (1968), de Philip K. Dick – que inspirou o roteiro para cinema do clássico Blade Runner (1982) –, e segue motivando produções como o longa Ex-Machina, lançado em 2015, e a série televisiva Black Mirror, criada pelo serviço de streaming Netflix.

 

Fora do campo da ficção, um dos pontos mais discutidos em estudos científicos, pesquisas e grupos interdisciplinares é o impacto da tecnologia nas relações de trabalho. Em meados dos anos 1990, acreditava-se que uma grande parcela das vagas disponíveis no mercado seria extinta com o progresso tecnológico. Mais recentemente, em 2016, levantamento da consultoria Ernst & Young apontou 10 profissões que devem sumir do mapa pelo mesmo motivo até 2025: corretor de imóveis, operadores de caixa e de telemarketing, entre outras.

A verdade é que a tecnologia progride de forma tão constante que não permite a previsão de quanto tempo será preciso ou qual desses cenários se tornará real. Não estamos perto de ser completamente substituídos por máquinas, como ilustrado pelo cinema e a literatura, mas já dependemos, e até mesmo preferimos, utilizar equipamentos baseados em Inteligência Artificial (IA) para realizar ações do cotidiano, seja em casa ou no trabalho.

 

Uma pesquisa divulgada pelo Instituto de Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos (IEEE) no ano passado demonstrou que 40% dos pais da geração Millennial substituiriam uma babá humana por um robô – ou o usariam para ajudar no cuidado das crianças da geração Alfa (nascidas a partir de 2010). Na área jurídica, por exemplo, softwares “inteligentes” já são usados por escritórios de advocacia e promotorias para identificar pontos que merecem atenção redobrada nos processos.

 

Nos cartórios, já existem iniciativas práticas bastante inovadoras baseadas em IA. O 2º Tabelionato de Notas de Piracicaba (SP), por exemplo, utilizou um drone para fazer imagens aéreas de uma propriedade e retificar sua área remanescente por meio de ata notarial. O serviço foi realizado em dezembro de 2017. Além disso, os computadores dominaram o campo operacional do mercado de trabalho. Por outro lado, os softwares ainda não são capazes (e como muitos pesquisadores da área defendem, talvez nunca sejam) de substituir a ação humana. Tarefas de planejamento e processos criativos continuam sendo nossa competência. A IA precisa ser encarada como um agente de transformação e não como uma substituta final.

 

O que se pode afirmar com certeza é que investir em IA será essencial para obter melhores resultados, visualizar novos negócios e manter a competitividade. Aliar competências e somar a computação cognitiva a habilidades humanas, será um grande diferencial. A tendência é que soluções baseadas em IA deixem de ser uma alternativa e passem a ser exigidas por clientes e usuários de produtos e serviços. As empresas ou instituições que resistirem a esse progresso terão dificuldades para permanecer em atividade. E isso também vale para o setor notarial e registral.

 

A Edição Nº 183 do Jornal Notorial completa está disponível em: http://www.cnbsp.org.br/__Documentos/Upload_Conteudo/revistas/102.pdf